MPT participa de operação conjunta contra uso indiscriminado de agrotóxicos

Segundo pesquisas do Ministério da Saúde, no Brasil, consome-se o equivalente a 7,3 litros de agrotóxico por pessoa todo ano

O Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) participou, na semana passada, de uma operação conjunta contra o uso indiscriminado de agrotóxicos em fazendas do interior do Estado. O grupo formado por diferentes instituições também tem como objetivo proteger a saúde e segurança dos trabalhadores envolvidos com as atividades agrícolas.

Compuseram a força-tarefa, além do MPT-GO, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Ministério do Trabalho (MTb), Polícia Ambiental, Superintendência Federal de Agricultura do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento em Goiás (MAPA/SFA-GO) e Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa) juntamente ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CEREST). Os membros de cada uma das instituições foram divididos em três equipes de fiscalização.

Segundo Alpiniano do Prado, procurador do Trabalho que representou o MPT-GO na operação, as atividades apresentaram resultados significativos. “O clima de cooperação entre as instituições foi grande, o que colaborou para que alcançássemos os resultados esperados”, completa o procurador. Dentro da área de atuação do órgão, as principais irregularidades encontradas foram ausência do uso de equipamento de proteção individual, alojamentos inadequados e treinamentos específicos

A Agrodefesa e IBAMA lavraram, respectivamente, 15 e 12 autos de infração. O MTb fiscalizou cinco empregadores e contabilizou seis autuações imediatas e quatro notificações para regularização do meio ambiente de trabalho. O CREA-GO visitou 11 propriedades e emitiu 11 notificações. A Suvisa/CEREST entrevistou 88 trabalhadores e pôde constatar que entre os principais problemas estão a ausência de condições de higiene e conforto e o desconhecimento dos riscos. Por fim, a Polícia Ambiental prestou apoio a todas as equipes e listou como principais problemas o contrabando de agrotóxicos, desmatamento, extração ilegal de madeira e construção ilegal de represa.

Pesquisas desenvolvidas pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e Ministério da Saúde – Fundação Oswaldo Cruz em 2017 apontam que, no Brasil, consome-se o equivalente a 7,3 litros de agrotóxico por pessoa todo ano. Ainda segundo as pesquisas, o uso indiscriminado dessas substâncias pode provocar diversos tipos de câncer, problemas neurológicos, má formação fetal, distúrbios de comportamento e outros tipos de doença.

 

Armazenamento irregular foi uma das principais infrações constatadas pela operação. Na foto, embalagens que seriam reutilizadas encontradas em uma das fazendas fiscalizadas.
Armazenamento irregular foi uma das principais infrações constatadas pela operação. Na foto, embalagens que seriam reutilizadas encontradas em uma das fazendas fiscalizadas.

----

Ministério Público do Trabalho em Goiás

Assessoria de comunicação
Fone: (62) 3507-2713 
Facebook | Instagram

Imprimir