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Pesquisa para evitar contaminação por Covid-19 em consultórios odontológicos será financiada pelo MPT em Goiás

Projeto é pioneiro e vai ao encontro do que é recomendado pela OMS. Órgão também solicitou Plano de Contingência ao CRO

Proteger profissionais, auxiliares e pacientes em consultórios de odontologia. A partir dessa preocupação, o Ministério Público do Trabalho em Goiás (MPT-GO) decidiu convidar diversas entidades (sindicais, de regulação, educacionais) para, juntos, elaborarem estratégias com o objetivo de prevenir a transmissão do novo coronavírus em clínicas odontológicas. Da parceria surgiram duas medidas: um projeto de pesquisa científica e um plano de contingência.

“Os cirurgiões dentistas e suas equipes estão diariamente expostos a bioaerossóis, gerados na execução dos procedimentos odontológicos. O controle do ambiente é fundamental para evitar contaminação cruzada, pois o aerossol gerado permanece no ambiente mesmo após término do atendimento. Com o aparecimento do novo coronavírus, este controle é ainda mais importante, uma vez que o atendimento de um paciente infectado pode desencadear uma transmissão em cadeia a outros pacientes e profissionais que trabalham no ambiente”, explica Douglas Rangel Goulart, professor da Faculdade de Odontologia (FO) da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Conforme Rangel, ainda não existem estudos que mostram qual o tempo necessário entre o atendimento dos pacientes ou quais os meios de desinfecção do ar no consultório odontológico. Por essa razão, um projeto de pesquisa foi concebido na FO para avaliar as medidas de controle do ambiente - principalmente renovação do ar e o uso da luz ultravioleta na descontaminação do ambiente após o atendimento. Os resultados, segundo o professor, que é o coordenador da iniciativa, terão um grande impacto na rotina e na segurança do atendimento em consultórios, tanto no nacional e quanto internacionalmente, durante e depois da pandemia.

A iniciativa conta com o apoio financeiro do MPT em Goiás, que destinará recursos de penalizações aplicadas a empresas que desrespeitaram normas trabalhistas para custear o estudo. “Desde o início da pandemia, o MPT tem atuado em vários setores econômicos e de atividades profissionais com o intuito de promover discussões e sugerir medidas de contenção das contaminações. Também temos financiado pesquisas científicas, sendo que essa da Faculdade de Odontologia é pioneira: nos antecipamos até mesmo às recomendações da Organização Mundial de Saúde, que só começou a debater o assunto recentemente”, informa Janilda Lima, procuradora do Trabalho responsável pela coordenação de medidas de prevenção na área de consultórios médicos e odontológicos.

Plano de Contingência

Paralelamente ao projeto de pesquisa, que será encaminhado em breve ao Comitê de Ética da UFG e demanda um certo tempo para ser desenvolvido e concluído, uma outra medida mais imediata adotada pelo MPT em Goiás e outras entidades envolvidas é a elaboração de um plano de contingência, que está sendo produzido pelo Conselho Regional de Odontologia (CRO) e conta com a colaboração da UFG, por meio da professora Enilza Maria Mendonça de Paiva, presidente da Comissão de Controle de Infecção em Odontologia da FO.

Além do documento, outra providência que será disponibilizada aos dentistas são qualificações on-line, ofertadas pela FO, para fornecer orientações acerca de desinfecção, equipamentos de proteção individual, entre outros temas.

As seguintes instituições estão envolvidas na elaboração do plano de contingência, que foi uma determinação do MPT em Goiás para evitar o aumento de contaminações entre dentistas e seus auxiliares: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Goiás (CREA-GO); CRO/Goiás; UFG; Sindicato dos Odontologistas no Estado de Goiás (Soego); e Federação Interestadual dos Odontologistas.

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